O latim é uma língua de origem indo-européia do grupo itálico, também chamado pelos filólogos alemães de indo-germânica. O indo-europeu é língua pré-histórica, seu tronco lingüístico pode ser percebido em diversas línguas européias e com base nas semelhanças gramaticais e lexicais denotando uma raiz comum, concluiu-se que deu origem ao hitita, germânico, celta, itálico, albanês, grego, báltico, eslavo, armênio, tocário, das quais descende a maioria as línguas faladas na Europa e dos países colonizados pelos europeus, como também em algumas partes da Ásia e da Índia.
Vale salientar aqui através de DUARTE (2003:29) que o indo-ariano, oriundo do indo-europeu, deu origem ao sânscrito (Índia), o qual ganhou muita importância por, especialmente, ter sido utilizado nas sagradas escrituras hindus. Samskrya significa purificado, apurado, esmerado. É considerada, portanto, uma língua sagrada e polida, e por tal bastante conhecida hoje pelos seus diversos sutras e mantras entre os estudiosos adeptos de ioga e de outras filosofias orientais.
Aponta DUARTE (2003:77) a seguinte curiosidade: o sânscrito deu origem, no português, a palavra jambo, do Kindi (jambu), e ainda, o termo bhagavati originou o pagode brasileiro, que antes disso passou por diversos idiomas dravídicos. O termo significa templo hindu, ídolo indiano e festa barulhenta.
No final do séc. XVIII lingüistas perceberam que algumas línguas antigas da Europa e da Ásia (latim grego, sânscrito), apresentam semelhanças notáveis em suas gramáticas que indicavam a existência de uma origem comum. A célebre observação (1786) marca o início do conhecimento oficial do indo-europeu como uma família lingüística. Mais tarde comprovou-se que várias línguas extintas na Anatólia e na Ásia central foram escritas em línguas européias. “Supõe-se que o indo-europeu foi falado por um povo que se dispersou, por razões até hoje desconhecidas, há alguns milênios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela Ásia”. (CARDOSO, 2005:6). No caso, então, o indo-europeu é uma proto-língua, ou seja, uma ancestral comum de uma família lingüística. Dela não há registros escritos uma vez que era falada antes da invenção da escrita.
O latim era língua falada no Lácio, região central da Itália, onde na metade do sec. VIII foi fundada a cidade de Roma.
Por volta do segundo milênio a.C, o centro da península itálica (a qual avança pelo mediterrâneo, a leste é banhada pelo mar Adriático, a oeste pelo mar Tirreno), foi sendo ocupada por povos originários da Europa central: os italiotas (sabinos, latinos, volscos). Etruscos, talvez da Ásia, fixaram-se ao norte, migraram para o sul, dominando os italiotas, dando origem à cidade de Roma e ao período monárquico.
DUARTE (2003:29) ressalta que os etruscos habitavam a Etúria, antiga província italiana situada na atual região de Toscana. Antes dos romanos, os etruscos constituíram os povos da civilização avançada da península italiana e o seu grande império. Porem pouca coisa restou. Somente algumas tumbas e cerca de 10 mil inscrições, de linguagem bastante obscura para o homem moderno, que pouca coisa decifrou delas (aproximadamente 300 palavras). Estudiosos estão seguros de que o latim sofreu influência dos etruscos, como também do grego.
Conforme DUARTE (2003: 18), à medida que os romanos, habitantes da península itálica, livravam-se do poderio dos etruscos e dos gregos que habitavam dominando a região, foram conquistando territórios e se fortalecendo. Com eles se disseminou o idioma latino que viria a ser peça fundamental da cultura e identidade ocidental, o qual por muito tempo constituiu a única língua culta do continente europeu.
Para efeito de estudos, a evolução da língua latina, conforme CARDOSO (2003:7) caracteriza-se e divide-se nos seguintes períodos: pré-histórico (anterior aos documentos escritos pelos habitantes do Lácio sec. XI e VII ou VI a.C), proto-histórico (aparece nos primeiros documentos escritos, VII e VI a.C IV a. C), período arcaico ( por volta de III a.c e início de I a.C), apresentando epitáfios, textos legais , obras de Névio, Plauto, Enio e Catão. Apesar de vocabulário reduzido, desenvolveu-se, sobretudo, pela influência da literatura Helênica (Grécia antiga). O período clássico (desenvolvido a partir da quarta parte do sec. I a. C,) momento importante para a prosa e a poesia latina, com obras de Cícero, Virgílio, Tito, Horácio e Lívio. É artístico e diferente do latim falado até pela alta classe. Preservou-se graças as obras literárias e dele originaram os fenômenos gramaticais da língua latina. O latim vulgar (realmente falado pelo povo romano, plebe, soldados etc.), envolvido em diversas províncias do império, aquele que propriamente deu origem as línguas românicas (catalão, provençal, sardo, rético, dálmata e as neolatinas ( definidas como línguas originárias das nações cuja as línguas são procedentes do latim: espanhol, francês, romeno e português).
O latim cultural, inclui o período Patrístico (II a V), inclusive a Vulgata de São Jerônimo e as obras de Santo Agostinho. O período pré-clássico (VII a.C à II a,C), o Clássico idade dourada da literatura ( II a.C à II d, C), Latim medieval ( do século VI ao XIV), surgindo as línguas românicas, período renascentista ( de XIV a XVII). O neolatim ou latim científico (de XVII a XIX), deu origem as línguas neolatinas, as quais, penetraram primeiro na linguagem popular, depois nas ciências e artes e na maioria das disciplinas que se libertam da filosofia.
O apogeu e a decadência do latim assim se explicam: os latinos assim chamados por habitarem uma região da Itália, antigamente, chamada Lácio (em latim latium), onde fica a cidade de Roma, tinham como vizinhos territoriais os etruscos e os sabinos. Da união destes três povos (latinos, etruscos e sabinos) deu origem aos romanos, o povo que conquistou o mundo antigo pela arte da guerra.
O nome Itália, surgiu Np sec. VII a,C sé se estendendo pela península no sec. I a. C através da expansão político-militar, a pax romana, a qual impôs , alem de outras coisas, a lógica de seu Direito, o sobretudo os padrões da língua latina. (CIVITA, 1972: 268)
Com a expansão de sua língua e de sua cultura deu origem também às diversas línguas hoje faladas na Europa central e em numerosos países da América. São as línguas neolatinas ( italiano, romeno, Francês, espanhol e português) que resultaram deste caldeirão cultural imposto ao mundo ocidental pelos romanos ao longo de 500 anos.
Da inteligência e do talento político dos romanos nasceu o fruto que foi colhido por toda a humanidade: o Direito. Aquele Direito romano é uma das grandes fontes do Direito contemporâneo em todos os países e não apenas naqueles onde se faz sentir o efeito direto de sua cultura.
Após conquistarem todo o mundo antigo, os romanos submeteram a língua a todos os inimigos. Especializados na arte da guerra e não tendo mais contra quem guerrear, deixaram se trair pelas leviandades e pelos vícios que acompanhavam a opulência, vindo a ser derrotados pelos hunos pondo fim a uma etapa da história da humanidade.
Com a queda do império Romano (476 d. C) acaba a História Romana e um século depois, mais ou menos, termina também a História da Literatura Romana, mas o latim continua ainda, por quase mil anos, sendo em toda a Idade Média a língua da civilização Ocidental, inspirando assim todas as obras primas das Literaturas Modernas, da Europa e da América. (COMBA: 1991:23)
O latim não era a única língua falada na península itálica, onde também se falava o osco, o umbro, o etrusco e também o grego. No entanto, o latim prevaleceu sobre as demais, ajudado pelas grandes conquistas militares dos romanos. O latim, enquanto idioma existia desde os tempos pré-históricos, porem foi a partir do sec. III a.C que adquiriu uma forma literária, construindo aos poucos uma gramática com regras explícitas, cuja consolidação se deu por volta de sec. I a. C; que é considerado o período clássico do latim.
Quando referir-se ao latim clássico, refere-se ao latim da época de Cícero, Cesar e Sêneca, ou seja, ao da época do apogeu de império romano, No entanto, ao lado desta língua erudita castiça, falada e escrita pelas pessoas letradas, havia o latim popular, com formas mais livres e sem a precisão das regras gramaticais, falada pelas pessoas do povo e, principalmente pelos soldados romanos que participaram das guerras e conquistas.
Foi desta língua popular no confronto com outros idiomas falados nas diversas localidades por onde passou o rolo compressor das legiões romanas, que se originaram as línguas românicas, dentre elas as neolatinas.
Paralelamente a isto, a partir do séc. III d. C, com a expansão do cristianismo pelo Império romano, se tem período cristão da língua latina, representando pelos escritores eclesiásticos a partir de então, sobretudo Santo Agostinho, São Jerônimo, Tertuliano. Santo Ambrosio, dentre outros. Este latim com influencias eclesiásticas foi o que predominou no ensino do latim em nosso meio, de modo especial coma a matiz italiano da pronuncia, ensinada nas escolas brasileiras até o inicio de anos 60.
Portanto é possível concluir-se o latim pode ser distinguido em latim erudito em clássico e eclesiástico. Quanto aos dialetos: não há dialetos na língua latina uma vez que os dialetos se transformaram em outros idiomas autônomos.
O latim acabou desaparecendo como língua por conta da decadência do império romano. A história do povo romano como outras, é marcada principalmente por conquistas, revoltas, lutas e guerras. No período de 503 a 27 a.C os romanos sentiam a necessidades de ampliar suas terras, de obter mais escravos e por tal empreenderam conquistas militares no que fez Roma a sede do maior império do mundo antigo.
Primeiramente os romanos dominaram a Itália, mais tarde guerrearam contra Catargo (os fenícios), situados no norte da áfrica. Estes confrontos chamados de guerras púnicas duraram de 264 a 146 a.C do que se abriu caminho para a dominação de várias regiões do muno antigo.
Os limites conquistados se estendiam da distante Lusitânia ao oriente dos areais da Lívia às terras Britânicas, e da Germânia ao Ponto, e a Cítia. A extensão desses limites se define no séc. II a.C., abrangendo grande parte da Europa, o norte da África e parte da Ásia central.
O exército romano tornou-se muito importante, interferindo nos destinos da política romana, o que causou crises internas, o fim da republica e o inicio da era de césares, imperadores no governo.
Vale ressaltar que é possível visualizar no entendimento atitudes e o perfil do líder e de suas tropas, que demonstram como forte característica a determinação, a audácia e a autoconfiança, através de frases do grande imperador Julio Cesar, listadas por (DUARTE: 2003: 19 e 22 ),
• “Alea iacta est” (a sorte está lançada), Imperador Julio Cesar , (49 a.C), quando decidiu atravessar a frente de seu exercito o Rio Rubicon que dividia a Gália e o território romano.
• Vini, viti, vici” ( vim, vi, venci). Era de costume dos comandantes militares após uma batalha escreverem os atos das batalhas num estandarte. Após a vitória do Ponto Cesar fez desfilar laconicamente com essa frase.
Os romanos também sabiam da importância da linguagem para dominação de outros povos, visto que, e inclusive, segundo SOUZA (2001:11) “a questão lingüística não se limita à problemas de ordem natural, estrutural, ou de cultura.” Conforme DUARTE (2003:18) diziam os romanos: “Ubicumque língua romana, ibi Roma”, o que traduz-se como: “onde quer que esteja a língua romana ali estará Roma.
De 27 a.C a 476 d. C, após atingir sua fase de glória, Roma enfrentou inúmeros conflitos internos e externos, marcando assim o início e sua decadência, ou seja, o declínio do Império Romano. Aponta: se como causa dessa decadência a falta de escravos, o aumento de impostos, a revolta dos dominados, a invasão os povos bárbaros e as relações entre romanos e germanos uma além das fronteiras de Reno e do Danúbio que nunca foram pacíficas.
Durante o reinado de Marco Aurélio a tribo dos marcomanos juntou-se na província romana da Panônia e ameaçou introduzir a primeira cunha estrangeira na integridade do império. A luta para expulsá-la durou quatorze anos.
O começo do isolamento do latim vulgar da Gália foi devido influências do leste. Roma teve um período vergonhoso chamado anarquia militar, onde nos quartéis reinava a indisciplina, e a púrpura chegou a ser posta em leilão.
Entre as rebeliões que aconteciam surgiu um Aureliano, um probo e ainda um Deuocleciano. Este se associou a Maximiliano, seu companheiro de arma, tomando ambos os títulos de Augustus.
Deucleciano ficou no oriente, Niciméduas e Maximiliano ficaram no ocidente de Milão. Com encargos muito pesados chamaram para auxiliá-los no governo de herdeiros, Constâncio Cloro e Gatério. Com esta divisão Roma deixa de ser a capital do Império. Os Augustus renunciam e os césares assumem a direção do Império. Trava-se uma luta entre Constantino e Maxêncio, filhos de Constâncio Cloro e Maximiniano.
Após a monarquia ter eliminado a tetrarquia, Constantino funda uma nova capital em Bizâncio a qual recebeu o nome de Constantinopla. Ao morrer Constantino deixa seu império a seus três filhos, um deles, Juliano, assume. Devido as guerras civis, o império veio a consolidar o cristianismo. Antes de morrer Teodósio dividiu o império entre seus dois filhos. Honório ficou com o ocidente e Arcádio com oriente. A partir desse momento deixa de existir o Império Romano.
O maior império germânico do mundo ocidental dividia-se em duas tribos principais: a dos sábios e as dos ripários. O advento de 481 de um jovem regulus franco, então com apenas quinze anos de idade, imprimiu novos e decisivos rumos aos acontecimentos. Em 486 atacou o general Siárgio e o derrotou. Com este triunfo assegurou seu prestigio perante os germanos da Gália, inclusive até entre os então considerados poderosos, os visigodos. Afastados os romanos da competição pelo comando da Gália voltou-se para os rivais do mesmo sangue. Pelo acima exposto esmiúça-se a fragmentação da românia.
As guerras e as conquistas sempre foram fundamentais para o surgimento de novas línguas. Para Vidal e La Blache (apud SOUZA, 2001:12) “o papel de um país no mundo se mede pelo número de indivíduos que falam sua língua”, afirmação feita exatamente durante a Primeira Guerra Mundial.
Constata-se, por exemplo, que a Constituição da Suíça, em 1874, oficializava o alemão, o francês, o italiano e o romanche, incluído em 1937. A Bélgica, 1930, reconhecia o uso facultativo da língua, porem limitando este uso ao francês e o neerlandês (valão), como língua oficial. Ainda hoje tenta instituir o bilingüismo nacional. A Irlanda (1922) reconheceu o irlandês como língua oficial e tolerou o inglês. A Finlândia reconheceu a língua finlandesa e a sueca como oficias em 1919. Pelo perigo de acirrar o regionalismo, a Espanha, sem sucesso, mudou o nome da língua espanhola para castelhano em 1946.
Conforme Souza (2001:11), na verdade a evolução, disseminação e extinção de uma língua se relacionam diretamente com o interesse do poder. A língua e a linguagem são, sobretudo, uma questão política. Como instrumentos de comunicação podem servir à imposição de um domínio político por meio da cultura, podendo isolar classes sociais, enfim perpetuar o poder. Uma língua desaparece quando é substituída por outra mais forte. O uso popular do latim terminou no Império Bizantino (476 a 1453 d. C), quando perdeu lugar para o grego.
O latim clássico, língua literária do final da República e início do império romano, ainda é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel tenha regredido desde o início do século XX.
A última geração de alunos de ginásio que aprendeu Latim no Brasil foi a da reforma de Capanema. Mas o reaparecimento da língua de Cícero não passou de breve interregno, Adversários encarniçados do esforço intelectual acusaram-na de sobrecarregar excessivamente as jovens inteligências e não descansaram enquanto não livraram o ensino moderno da “poeira sufocante da antiguidade. (RONAI, 1980: s/p)
As línguas neolatinas, sendo o português uma delas, tiveram sua origem do latim vulgar, devido a esta ser uma língua dinâmica, em processo de evolução.
Em nossos dias o latim não é mais falado em parte alguma, mas é a língua oficial da Igreja e é estudado em quase todas nações do mundo, por ser, com razão, considerado elemento precípuo e fator eficiente de cultura, instrumento indispensável para o conhecimento profundo das línguas neolatinas e( português, italiano, espanhol, francês, romeno etc.) e meio incomparável para a educação da inteligência, disciplina do raciocínio e formação do caráter. (COMBA,1991:13)
Uma característica marcante da viva presença do latim na língua portuguesa reside na própria composição das palavras. Juntam-se dois radicais para formar uma palavra nova. Esses radicais provêm em sua maioria absoluta do grego e do latim. Por exemplo:
• AGRI: CAMPO - AGRÍCOLA;
• ANGO: APERTAR - ANGÚSTIA;
• CALORI: CALOR - CALORÍMETRO;
• CIDA: QUE MATA - GERMICIDA;
• COLO: CULTIVAR - AGRÍCOLA;
• DUCO: DIRIGIR - EDUCAR;
• EQUI: IGUAL - EQUIVALENTE;
• IGNI: FOGO - ÍGNEAS;
• LAC: LEITE - LACTENTE;
• PATI: SOFRER - PAIXÃO;
• PEDE: PÉ - BÍPEDE
• PISCI: PEIXE - PSICULTURA;
• VIDI: VER - EVIDENTE;
• VORO: QUE COME - CARNÍVORO.
Sufixos latinos mais comuns: ADA - PEDRADA; AL - PRINCIPAL; ERIA - DOCERIA; EAR - CABECEAR; ÁVEL - LAVÁVEL.
No hibridismo (reunião de palavras de idiomas diferentes) encontra-se, por exemplo: Auto (grego) + móvel (latim): automóvel.
Na derivação prefixal, o latim também se mostra muito presente nos prefixos que se juntam aos radicais. Algumas mais usuais:
• AB-, ABS: AFASTAMENTO - ABSTER;
• AMBI- DUPLICIDADE - AMBÍGUO;
• ANTI- CONTRA - CONTRAPOR;
• BI - DOIS - BÍPEDE;
• EX - PARA FORA - EXTERNAR;
• I- IN- NEGAÇÃO - INÚTIL;
• IN - DENTRO DE - INGERIR;
• PRÉ- ANTES - PREVER;
• SUPRA - ACIMA DE - SUPRACITAR.
No Brasil, por exemplo, segundo RONAI (1980,s/p), abonações extraídas de escritores mostrando citações se inserem no contexto brasileiro com grandes espíritos como Rui Barbosa, Machado de Assis, Carlos Drumond de Andrade e outros que mergulharam suas raízes na cultura latina.
Mas se verificou que o latim não era apenas mistifório substituível. Séculos de convivência estremeceram-no com o tecido vivo do vernáculo. A lacônica expressividade do idioma antigo conservava rodeios e locuções de que de que os cultores do estilo elegante não abriam mão. Episódios da história pátria e da universal estavam associados a legendas latinas. Termos da Filosofia, de literatura, de medicina não se deixavam substituir. Provérbios tinham encontrado em latim a forma de lapidar. Quer dizer que o latim não sumia apenas se degenerava pela impossibilidade de aprendê-lo. (RONAI, 1980: s/p)
Vale salientar aqui através de DUARTE (2003:29) que o indo-ariano, oriundo do indo-europeu, deu origem ao sânscrito (Índia), o qual ganhou muita importância por, especialmente, ter sido utilizado nas sagradas escrituras hindus. Samskrya significa purificado, apurado, esmerado. É considerada, portanto, uma língua sagrada e polida, e por tal bastante conhecida hoje pelos seus diversos sutras e mantras entre os estudiosos adeptos de ioga e de outras filosofias orientais.
Aponta DUARTE (2003:77) a seguinte curiosidade: o sânscrito deu origem, no português, a palavra jambo, do Kindi (jambu), e ainda, o termo bhagavati originou o pagode brasileiro, que antes disso passou por diversos idiomas dravídicos. O termo significa templo hindu, ídolo indiano e festa barulhenta.
No final do séc. XVIII lingüistas perceberam que algumas línguas antigas da Europa e da Ásia (latim grego, sânscrito), apresentam semelhanças notáveis em suas gramáticas que indicavam a existência de uma origem comum. A célebre observação (1786) marca o início do conhecimento oficial do indo-europeu como uma família lingüística. Mais tarde comprovou-se que várias línguas extintas na Anatólia e na Ásia central foram escritas em línguas européias. “Supõe-se que o indo-europeu foi falado por um povo que se dispersou, por razões até hoje desconhecidas, há alguns milênios antes de Cristo, espalhando-se pela Europa e pela Ásia”. (CARDOSO, 2005:6). No caso, então, o indo-europeu é uma proto-língua, ou seja, uma ancestral comum de uma família lingüística. Dela não há registros escritos uma vez que era falada antes da invenção da escrita.
O latim era língua falada no Lácio, região central da Itália, onde na metade do sec. VIII foi fundada a cidade de Roma.
Por volta do segundo milênio a.C, o centro da península itálica (a qual avança pelo mediterrâneo, a leste é banhada pelo mar Adriático, a oeste pelo mar Tirreno), foi sendo ocupada por povos originários da Europa central: os italiotas (sabinos, latinos, volscos). Etruscos, talvez da Ásia, fixaram-se ao norte, migraram para o sul, dominando os italiotas, dando origem à cidade de Roma e ao período monárquico.
DUARTE (2003:29) ressalta que os etruscos habitavam a Etúria, antiga província italiana situada na atual região de Toscana. Antes dos romanos, os etruscos constituíram os povos da civilização avançada da península italiana e o seu grande império. Porem pouca coisa restou. Somente algumas tumbas e cerca de 10 mil inscrições, de linguagem bastante obscura para o homem moderno, que pouca coisa decifrou delas (aproximadamente 300 palavras). Estudiosos estão seguros de que o latim sofreu influência dos etruscos, como também do grego.
Conforme DUARTE (2003: 18), à medida que os romanos, habitantes da península itálica, livravam-se do poderio dos etruscos e dos gregos que habitavam dominando a região, foram conquistando territórios e se fortalecendo. Com eles se disseminou o idioma latino que viria a ser peça fundamental da cultura e identidade ocidental, o qual por muito tempo constituiu a única língua culta do continente europeu.
Para efeito de estudos, a evolução da língua latina, conforme CARDOSO (2003:7) caracteriza-se e divide-se nos seguintes períodos: pré-histórico (anterior aos documentos escritos pelos habitantes do Lácio sec. XI e VII ou VI a.C), proto-histórico (aparece nos primeiros documentos escritos, VII e VI a.C IV a. C), período arcaico ( por volta de III a.c e início de I a.C), apresentando epitáfios, textos legais , obras de Névio, Plauto, Enio e Catão. Apesar de vocabulário reduzido, desenvolveu-se, sobretudo, pela influência da literatura Helênica (Grécia antiga). O período clássico (desenvolvido a partir da quarta parte do sec. I a. C,) momento importante para a prosa e a poesia latina, com obras de Cícero, Virgílio, Tito, Horácio e Lívio. É artístico e diferente do latim falado até pela alta classe. Preservou-se graças as obras literárias e dele originaram os fenômenos gramaticais da língua latina. O latim vulgar (realmente falado pelo povo romano, plebe, soldados etc.), envolvido em diversas províncias do império, aquele que propriamente deu origem as línguas românicas (catalão, provençal, sardo, rético, dálmata e as neolatinas ( definidas como línguas originárias das nações cuja as línguas são procedentes do latim: espanhol, francês, romeno e português).
O latim cultural, inclui o período Patrístico (II a V), inclusive a Vulgata de São Jerônimo e as obras de Santo Agostinho. O período pré-clássico (VII a.C à II a,C), o Clássico idade dourada da literatura ( II a.C à II d, C), Latim medieval ( do século VI ao XIV), surgindo as línguas românicas, período renascentista ( de XIV a XVII). O neolatim ou latim científico (de XVII a XIX), deu origem as línguas neolatinas, as quais, penetraram primeiro na linguagem popular, depois nas ciências e artes e na maioria das disciplinas que se libertam da filosofia.
O apogeu e a decadência do latim assim se explicam: os latinos assim chamados por habitarem uma região da Itália, antigamente, chamada Lácio (em latim latium), onde fica a cidade de Roma, tinham como vizinhos territoriais os etruscos e os sabinos. Da união destes três povos (latinos, etruscos e sabinos) deu origem aos romanos, o povo que conquistou o mundo antigo pela arte da guerra.
O nome Itália, surgiu Np sec. VII a,C sé se estendendo pela península no sec. I a. C através da expansão político-militar, a pax romana, a qual impôs , alem de outras coisas, a lógica de seu Direito, o sobretudo os padrões da língua latina. (CIVITA, 1972: 268)
Com a expansão de sua língua e de sua cultura deu origem também às diversas línguas hoje faladas na Europa central e em numerosos países da América. São as línguas neolatinas ( italiano, romeno, Francês, espanhol e português) que resultaram deste caldeirão cultural imposto ao mundo ocidental pelos romanos ao longo de 500 anos.
Da inteligência e do talento político dos romanos nasceu o fruto que foi colhido por toda a humanidade: o Direito. Aquele Direito romano é uma das grandes fontes do Direito contemporâneo em todos os países e não apenas naqueles onde se faz sentir o efeito direto de sua cultura.
Após conquistarem todo o mundo antigo, os romanos submeteram a língua a todos os inimigos. Especializados na arte da guerra e não tendo mais contra quem guerrear, deixaram se trair pelas leviandades e pelos vícios que acompanhavam a opulência, vindo a ser derrotados pelos hunos pondo fim a uma etapa da história da humanidade.
Com a queda do império Romano (476 d. C) acaba a História Romana e um século depois, mais ou menos, termina também a História da Literatura Romana, mas o latim continua ainda, por quase mil anos, sendo em toda a Idade Média a língua da civilização Ocidental, inspirando assim todas as obras primas das Literaturas Modernas, da Europa e da América. (COMBA: 1991:23)
O latim não era a única língua falada na península itálica, onde também se falava o osco, o umbro, o etrusco e também o grego. No entanto, o latim prevaleceu sobre as demais, ajudado pelas grandes conquistas militares dos romanos. O latim, enquanto idioma existia desde os tempos pré-históricos, porem foi a partir do sec. III a.C que adquiriu uma forma literária, construindo aos poucos uma gramática com regras explícitas, cuja consolidação se deu por volta de sec. I a. C; que é considerado o período clássico do latim.
Quando referir-se ao latim clássico, refere-se ao latim da época de Cícero, Cesar e Sêneca, ou seja, ao da época do apogeu de império romano, No entanto, ao lado desta língua erudita castiça, falada e escrita pelas pessoas letradas, havia o latim popular, com formas mais livres e sem a precisão das regras gramaticais, falada pelas pessoas do povo e, principalmente pelos soldados romanos que participaram das guerras e conquistas.
Foi desta língua popular no confronto com outros idiomas falados nas diversas localidades por onde passou o rolo compressor das legiões romanas, que se originaram as línguas românicas, dentre elas as neolatinas.
Paralelamente a isto, a partir do séc. III d. C, com a expansão do cristianismo pelo Império romano, se tem período cristão da língua latina, representando pelos escritores eclesiásticos a partir de então, sobretudo Santo Agostinho, São Jerônimo, Tertuliano. Santo Ambrosio, dentre outros. Este latim com influencias eclesiásticas foi o que predominou no ensino do latim em nosso meio, de modo especial coma a matiz italiano da pronuncia, ensinada nas escolas brasileiras até o inicio de anos 60.
Portanto é possível concluir-se o latim pode ser distinguido em latim erudito em clássico e eclesiástico. Quanto aos dialetos: não há dialetos na língua latina uma vez que os dialetos se transformaram em outros idiomas autônomos.
O latim acabou desaparecendo como língua por conta da decadência do império romano. A história do povo romano como outras, é marcada principalmente por conquistas, revoltas, lutas e guerras. No período de 503 a 27 a.C os romanos sentiam a necessidades de ampliar suas terras, de obter mais escravos e por tal empreenderam conquistas militares no que fez Roma a sede do maior império do mundo antigo.
Primeiramente os romanos dominaram a Itália, mais tarde guerrearam contra Catargo (os fenícios), situados no norte da áfrica. Estes confrontos chamados de guerras púnicas duraram de 264 a 146 a.C do que se abriu caminho para a dominação de várias regiões do muno antigo.
Os limites conquistados se estendiam da distante Lusitânia ao oriente dos areais da Lívia às terras Britânicas, e da Germânia ao Ponto, e a Cítia. A extensão desses limites se define no séc. II a.C., abrangendo grande parte da Europa, o norte da África e parte da Ásia central.
O exército romano tornou-se muito importante, interferindo nos destinos da política romana, o que causou crises internas, o fim da republica e o inicio da era de césares, imperadores no governo.
Vale ressaltar que é possível visualizar no entendimento atitudes e o perfil do líder e de suas tropas, que demonstram como forte característica a determinação, a audácia e a autoconfiança, através de frases do grande imperador Julio Cesar, listadas por (DUARTE: 2003: 19 e 22 ),
• “Alea iacta est” (a sorte está lançada), Imperador Julio Cesar , (49 a.C), quando decidiu atravessar a frente de seu exercito o Rio Rubicon que dividia a Gália e o território romano.
• Vini, viti, vici” ( vim, vi, venci). Era de costume dos comandantes militares após uma batalha escreverem os atos das batalhas num estandarte. Após a vitória do Ponto Cesar fez desfilar laconicamente com essa frase.
Os romanos também sabiam da importância da linguagem para dominação de outros povos, visto que, e inclusive, segundo SOUZA (2001:11) “a questão lingüística não se limita à problemas de ordem natural, estrutural, ou de cultura.” Conforme DUARTE (2003:18) diziam os romanos: “Ubicumque língua romana, ibi Roma”, o que traduz-se como: “onde quer que esteja a língua romana ali estará Roma.
De 27 a.C a 476 d. C, após atingir sua fase de glória, Roma enfrentou inúmeros conflitos internos e externos, marcando assim o início e sua decadência, ou seja, o declínio do Império Romano. Aponta: se como causa dessa decadência a falta de escravos, o aumento de impostos, a revolta dos dominados, a invasão os povos bárbaros e as relações entre romanos e germanos uma além das fronteiras de Reno e do Danúbio que nunca foram pacíficas.
Durante o reinado de Marco Aurélio a tribo dos marcomanos juntou-se na província romana da Panônia e ameaçou introduzir a primeira cunha estrangeira na integridade do império. A luta para expulsá-la durou quatorze anos.
O começo do isolamento do latim vulgar da Gália foi devido influências do leste. Roma teve um período vergonhoso chamado anarquia militar, onde nos quartéis reinava a indisciplina, e a púrpura chegou a ser posta em leilão.
Entre as rebeliões que aconteciam surgiu um Aureliano, um probo e ainda um Deuocleciano. Este se associou a Maximiliano, seu companheiro de arma, tomando ambos os títulos de Augustus.
Deucleciano ficou no oriente, Niciméduas e Maximiliano ficaram no ocidente de Milão. Com encargos muito pesados chamaram para auxiliá-los no governo de herdeiros, Constâncio Cloro e Gatério. Com esta divisão Roma deixa de ser a capital do Império. Os Augustus renunciam e os césares assumem a direção do Império. Trava-se uma luta entre Constantino e Maxêncio, filhos de Constâncio Cloro e Maximiniano.
Após a monarquia ter eliminado a tetrarquia, Constantino funda uma nova capital em Bizâncio a qual recebeu o nome de Constantinopla. Ao morrer Constantino deixa seu império a seus três filhos, um deles, Juliano, assume. Devido as guerras civis, o império veio a consolidar o cristianismo. Antes de morrer Teodósio dividiu o império entre seus dois filhos. Honório ficou com o ocidente e Arcádio com oriente. A partir desse momento deixa de existir o Império Romano.
O maior império germânico do mundo ocidental dividia-se em duas tribos principais: a dos sábios e as dos ripários. O advento de 481 de um jovem regulus franco, então com apenas quinze anos de idade, imprimiu novos e decisivos rumos aos acontecimentos. Em 486 atacou o general Siárgio e o derrotou. Com este triunfo assegurou seu prestigio perante os germanos da Gália, inclusive até entre os então considerados poderosos, os visigodos. Afastados os romanos da competição pelo comando da Gália voltou-se para os rivais do mesmo sangue. Pelo acima exposto esmiúça-se a fragmentação da românia.
As guerras e as conquistas sempre foram fundamentais para o surgimento de novas línguas. Para Vidal e La Blache (apud SOUZA, 2001:12) “o papel de um país no mundo se mede pelo número de indivíduos que falam sua língua”, afirmação feita exatamente durante a Primeira Guerra Mundial.
Constata-se, por exemplo, que a Constituição da Suíça, em 1874, oficializava o alemão, o francês, o italiano e o romanche, incluído em 1937. A Bélgica, 1930, reconhecia o uso facultativo da língua, porem limitando este uso ao francês e o neerlandês (valão), como língua oficial. Ainda hoje tenta instituir o bilingüismo nacional. A Irlanda (1922) reconheceu o irlandês como língua oficial e tolerou o inglês. A Finlândia reconheceu a língua finlandesa e a sueca como oficias em 1919. Pelo perigo de acirrar o regionalismo, a Espanha, sem sucesso, mudou o nome da língua espanhola para castelhano em 1946.
Conforme Souza (2001:11), na verdade a evolução, disseminação e extinção de uma língua se relacionam diretamente com o interesse do poder. A língua e a linguagem são, sobretudo, uma questão política. Como instrumentos de comunicação podem servir à imposição de um domínio político por meio da cultura, podendo isolar classes sociais, enfim perpetuar o poder. Uma língua desaparece quando é substituída por outra mais forte. O uso popular do latim terminou no Império Bizantino (476 a 1453 d. C), quando perdeu lugar para o grego.
O latim clássico, língua literária do final da República e início do império romano, ainda é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel tenha regredido desde o início do século XX.
A última geração de alunos de ginásio que aprendeu Latim no Brasil foi a da reforma de Capanema. Mas o reaparecimento da língua de Cícero não passou de breve interregno, Adversários encarniçados do esforço intelectual acusaram-na de sobrecarregar excessivamente as jovens inteligências e não descansaram enquanto não livraram o ensino moderno da “poeira sufocante da antiguidade. (RONAI, 1980: s/p)
As línguas neolatinas, sendo o português uma delas, tiveram sua origem do latim vulgar, devido a esta ser uma língua dinâmica, em processo de evolução.
Em nossos dias o latim não é mais falado em parte alguma, mas é a língua oficial da Igreja e é estudado em quase todas nações do mundo, por ser, com razão, considerado elemento precípuo e fator eficiente de cultura, instrumento indispensável para o conhecimento profundo das línguas neolatinas e( português, italiano, espanhol, francês, romeno etc.) e meio incomparável para a educação da inteligência, disciplina do raciocínio e formação do caráter. (COMBA,1991:13)
Uma característica marcante da viva presença do latim na língua portuguesa reside na própria composição das palavras. Juntam-se dois radicais para formar uma palavra nova. Esses radicais provêm em sua maioria absoluta do grego e do latim. Por exemplo:
• AGRI: CAMPO - AGRÍCOLA;
• ANGO: APERTAR - ANGÚSTIA;
• CALORI: CALOR - CALORÍMETRO;
• CIDA: QUE MATA - GERMICIDA;
• COLO: CULTIVAR - AGRÍCOLA;
• DUCO: DIRIGIR - EDUCAR;
• EQUI: IGUAL - EQUIVALENTE;
• IGNI: FOGO - ÍGNEAS;
• LAC: LEITE - LACTENTE;
• PATI: SOFRER - PAIXÃO;
• PEDE: PÉ - BÍPEDE
• PISCI: PEIXE - PSICULTURA;
• VIDI: VER - EVIDENTE;
• VORO: QUE COME - CARNÍVORO.
Sufixos latinos mais comuns: ADA - PEDRADA; AL - PRINCIPAL; ERIA - DOCERIA; EAR - CABECEAR; ÁVEL - LAVÁVEL.
No hibridismo (reunião de palavras de idiomas diferentes) encontra-se, por exemplo: Auto (grego) + móvel (latim): automóvel.
Na derivação prefixal, o latim também se mostra muito presente nos prefixos que se juntam aos radicais. Algumas mais usuais:
• AB-, ABS: AFASTAMENTO - ABSTER;
• AMBI- DUPLICIDADE - AMBÍGUO;
• ANTI- CONTRA - CONTRAPOR;
• BI - DOIS - BÍPEDE;
• EX - PARA FORA - EXTERNAR;
• I- IN- NEGAÇÃO - INÚTIL;
• IN - DENTRO DE - INGERIR;
• PRÉ- ANTES - PREVER;
• SUPRA - ACIMA DE - SUPRACITAR.
No Brasil, por exemplo, segundo RONAI (1980,s/p), abonações extraídas de escritores mostrando citações se inserem no contexto brasileiro com grandes espíritos como Rui Barbosa, Machado de Assis, Carlos Drumond de Andrade e outros que mergulharam suas raízes na cultura latina.
Mas se verificou que o latim não era apenas mistifório substituível. Séculos de convivência estremeceram-no com o tecido vivo do vernáculo. A lacônica expressividade do idioma antigo conservava rodeios e locuções de que de que os cultores do estilo elegante não abriam mão. Episódios da história pátria e da universal estavam associados a legendas latinas. Termos da Filosofia, de literatura, de medicina não se deixavam substituir. Provérbios tinham encontrado em latim a forma de lapidar. Quer dizer que o latim não sumia apenas se degenerava pela impossibilidade de aprendê-lo. (RONAI, 1980: s/p)
0 comentários:
Postar um comentário